Hotel Saint Paul / Amazon Tupana

Olá, Ricardo.
Adoramos conhecer e vivenciar a selva amazônica.
Sobre o hotel Saint Paul, em Manaus, bastante adequado para nosso perfil, com asseio, eficiência, razoável café da manhã e boas acomodações.
Em relação ao Amazon Tupana Lodge, achamos a localização privilegiadíssima, o aproveitamento paisagístico perfeito e o atendimento dos funcionários foi dedicado ao extremo, especialmente por parte do guia que foi contratado para nos atender (o Nigel) e do mateiro local, o Aprígio. O serviço de busca e leva também foi satisfatório.
Mas o hotel padece de alguns problemas que deixam os hóspedes decepcionados (caso nosso e de um alemão que fez passeios junto conosco), quando não irritados (uma família de cinco pessoas que chegou um dia antes de partirmos).
Existem questões de três ordens, a nosso ver: estrutura, gerenciamento e ética.
ESTRUTURA
1) como o gerador não funciona o tempo todo, quando não há luz elétrica não se consegue usar o banheiro, de tão escuro. Uma iluminação natural poderia ajudar, mas o banheiro não foi projetado pensando nisso;
2) visitamos um dos dois chalés e constatamos que são ótimos, em termos de localização e privacidade. Mas uma parede e o forro da varanda são de compensado, o que desmerece o local;
3) um radiocomunicador resolveria muitos problemas do isolamento local, que interfere no atendimento e até provoca desperdício para o hotel. Um exemplo: quando chegamos houve problema com o barco e ficamos aguardando mais de uma hora sob sol escaldante até que fosse resolvido. Se houvesse o rádio, outro barco poderia ter nos resgatado.
GERENCIAMENTO
1) a alimentação servida foi um dos itens que mais decepcionou os hóspedes. Afinal, quem vai à Amazônia não quer comer frango e carne de boi todo dia, com arroz e feijão, que foi o que nos serviram o tempo todo, com exceção do último dia. A falta de uma culinária regional, principalmente em relação ao peixe, foi queixa de todos. O café da manhã também foi sofrível, principalmente com a ausência de frutas (só melancia, todos os dias);
2) planejamento é o que não vimos por lá. Várias vezes, o barco foi acionado para ir buscar este ou aquele produto que faltava no hotel, incluindo combustível. Duas, até três viagens por dia. Mesmo assim, houve falta imediata de produtos para o hóspede, como a cerveja, que acabou num determinado dia, ou não estava gelada em outro. Por falar em bebidas, a oferta de tipos era precária;
3) os dois melhores espaços comuns do hotel estavam mal-aproveitados. No deck de atracação, que também serve de balneário, havia apenas uma cadeira de madeira, sem guarda-sol nem nada. O privilegiadíssimo deck superior, com vista para o rio, além de mal conservado, é usado como varal para secagem de roupas;
ÉTICA
O que nos deixou também irritados foi o valor dos extras, quando fechamos a conta. A diária do hotel, acreditamos, não é tão irrisória a ponto de ter de ser compensada em outras vendas. Portanto, cobrar R$ 15,00 por uma taça de vinho de terceira linha (um Santa Helena – que aliás já estava aberto -, que custa R$ 15,00 no supermercado) e R$ 2,50 por um minicálice de cachaça 51, é extorsivo. O hotel se desprestigia muito com isso.
É isso, caro Ricardo.
Gostaria que você desse ciência desse relatório ao hotel, cujos donos aliás não apareceram por lá. Tudo isso que contamos a você não tínhamos a quem reclamar. Que nossa crítica seja encarada por eles como construtiva.
Muito obrigado tanto pelo seu pedido de recall, como pela prestação do seu serviço, que para nós foi perfeito.
Atenciosamente,
Susana Zilles e Luiz Padovani

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