Hotel Park Suites / Juma Lodge / Voo Panorâmico

Olá Ricardo:

Em Manaus, tudo correu bem. Chegámos Sábado de manhã. Tínhamos alugado um carro (aparentemente não é comum estrangeiro fazer isso por aí), que usamos para nos deslocar pela região. É um pouco difícil de início, principalmente porque em Manaus os nomes das ruas não são fáceis de encontrar, mas é possível. Ajudou ter visto, em casa, mapas do Google Earth, de Manaus, com os nomes das ruas escritos na fotografia (parece impossível mas existe). Conseguimos ver, da cidade, tudo o que queríamos: Teatro Amazonas, Palácio da Justiça, Praça S. Sebastião, Porto, Alfândega (por fora; fecha ao fim-de-semana), Mercado e Igreja Matriz. O Museu do Índio também fecha ao fim-de -semana, não deu para visitar. Perdemos o Palácio do Rio Negro porque, com as vias de sentido único e as sinalizações das ruas, não conseguimos encontrá-lo logo. Desistimos porque não queríamos perder o pôr-do-sol na Ponta Negra.
O pôr-do-sol na Ponta Negra é um assombro!

Ficamos no Hotel Tropical Business, que é, numa palavra, bom. Moderno, confortável, agradável sem ser excessivamente luxuoso (não é pretencioso). Tem uma vista linda para o Rio Negro e tem vista sobre o Manaus Tropical Hotel, que é bonito. A piscina é um sonho. Tem internet gratuita. Para comer optámos por sair. Caminhando um pouco à saída do Hotel, não muito longe, há vários pequenos restaurantes no calçadão. Por isso não sei dizer como será jantar no Hotel. O pequeno almoço é bom. Um parêntesis para lhe contar que, mais tarde, ao tentar regressar a S. Paulo, perdemos o voo da TAM por overbooking…

Fomos instalados no Tropical Ecoresort, por isso podemos comparar: tem mais aspecto (principalmente de fachada), piores comodidades (está antiquado) e talvez melhor restaurante. Para quem quer dizer que está em hotel de luxo, é ideal. Para quem quer conforto, é o Business… Mas é bonito como exemplo do estilo colonial, quem não conhece deve gostar de ver.

No Domingo, fomos fazer Vôo panorâmico, em hidroavião, por 75 minutos. Foi o vôo mais caro da minha vida, é tanto dinheiro que até dá vergonha gastar. Valeu cada centavo. Não tenho palavras para descrever… Para nós, foi uma experiência única na vida. Podendo pagar, vale mesmo a pena. A floresta
vista do ar é linda, dá um panorama que de outro modo não se teria. O mesmo quanto ao encontro das águas. Parece-me a única forma de ver Anavilhanas como deve ser visto. O Arquipélago é inacreditável e só dá para perceber vendo de cima. Também vimos dois lodges, do ar, um deles Ariau, o que foi bom para melhor apreciarmos o Juma.

Depois do voo panorâmico, fomos no “nosso” carro, para as Cachoeiras de Presidente Figueiredo. Como não há indicações nas estradas, cerca de 50 Kms depois vimos a placa “Rio Preto da Eva” e percebemos que estávamos na estrada errada. Depois de percorrer novamente os 50 Kms perguntámos no posto policial. Quando se sai de Manaus, logo (imediatamente) após o posto de policia, há uma estradinha à esquerda, não assinalada, que mal se vê e que dá para Presidente Figueiredo. O nº da estrada, as placas, etc., só DEPOIS de entrar nela…!! Finalmente chegámos, perto das 3 da tarde. Escolhemos ir a Cachoeira do Santuário, na Estrada da Balbina (só dava tempo para ver uma). É um sítio lindo, impressionante.

No regresso a Manaus, chegámos já de noite, mas sem problemas. Mas para quem não conhece é preciso sair já pensando que algo pode não correr bem e aceitar se não se conseguir cumprir o plano do dia. Afinal visita guiada existe mesmo para evitar estas dificuldades.

Segunda-feira fomos para o Hotel de Selva que tínhamos escolhido, o Juma Lodge. O transfer para o Hotel já é passeio e é lindo. O primeiro trajecto em lancha passa o encontro das águas. Chegando à Vila do Careiro, continua em van, inicialmente por estradas asfaltadas e depois em estradas de terra. Finalmente, numa casa flutuante ancorada na beira de um rio (Mamuri, se não me engano), embarcamos noutra lancha, para mais uma hora de viagem por paisagens lindas, seguindo pelas verdadeiras estradas amazónicas, que são os rios. Deu para ver boto cor-de-rosa, jacarés, aves lindas. É um passeio muito bonito. A chegada ao Juma é de cortar a respiração. O Hotel está extraordinariamente bem integrado da natureza, tanto que poderia passar desapercebido. Tudo está feito com gosto, simplicidade e de modo harmonioso. Dá vontade de chorar. A estadia, muito agradável. Gente hospitaleira, que gosta de mostar o seu sítio (o seu lugar) e se sente bem nele. A caminhada na Selva é uma lição contínua sobre a natureza. É preciso saber que se vai caminhar bastante e ter roupa leve e comprida. É bonito e instrutivo. Na focagem do jararé, pelo que percebi, tivemos sorte, era grandinho e foi difícil pegá-lo, mas o mais bonito foi ouvir o Moisés a explicar as características físicas do jacaré e a mostar-nos tudo. A pesca de rede foi uma das coisas mais bonitas que vimos na vida. Os banhos no rio foram uma delícia e a pesca da piranha foi muito divertida. Já a visita à casa do caboclo, que está bem estruturada, não é nada o nosso género, mas isso é de nossa maneira de ser… Tudo somado, um dos (dois) melhores Hotéis onde estivemos na vida (o outro é nas Lacadivas, India).

Claro que não tem ar-condidionado, nem piscina, nem telefone nos apartamentos, nem frigo-bar, nem água quente no chuveiro, nem todas as outras coisas que
geralmente associamos a um bom hotel. Mas isso já nós sabíamos. Não tem essas coisas, o que tem é tudo o resto: tem conforto, tem beleza, tem bom acolhimento, tem respeito pela natureza, tem brio. E a gente sente-se bem.

No regresso de Manaus a São Paulo, foi o tal problema com a TAM e o overbooking: chegar ao aeroporto ás 12 para o vôo das 15 e não embarcar porque está cheio, acredita?… Vê-se meninas da TAM a passar para a frente pessoas que estavam no fim da fila. Pergunta-se se tem certeza que embarcaremos, garante que sim 3 vezes, enfim… Um péssimo exemplo. Mas isso não tem nada que ver com a Viverde, que não trata da parte aérea. Se a parte aérea costuma dar este tipo de problemas, não me custa nada ententer por quê não querem lidar com esta gente.

Em resumo – Para aquilo de que gostamos, para nossa forma de estar na vida, foram escolhas excelentes:
Tropical Business, Vôo panorâmico e Juma. Em grande parte graças ao Ricardo que, sem nos conhecer e apenas comunicando por e-mail, compreendeu quem somos e soube dar as sugestões adequadas. Com eficiência, celeridade e simpatia.

Portanto, uns dias de sonho, para não esquecer. A concretização de um sonho de nossas vidas.

Obrigada Ricardo.

Catarina Marques e Nuno Canto-Moreira
Viseu, Portugal